CONTO: Marcelo e Sheila (parte 1) Postado no uol.religiao em 05/09/2000. Este texto é apenas um conto sobre seres, lugares e situações imaginárias. Marcelo é um carioca, 29 anos, solteiro, sem curso superior, que trabalha em um shopping. Gosta de namorar, de pagodes, de praia, de festas, de churrasco, de cerveja. É católico como "todo brasileiro", só vai à igreja quando rola o casamento de algum conhecido. Nesse conto, nosso mundo teria sido projetado e montado (melhor que dizer criado) por deuses. Muitos outros universos teriam sido "criados", alguns coexistindo em paralelo com o nosso universo e outros já tendo sido destruídos. Os deuses têm total controle sobre a estrutura desses universos, podendo materializar objetos, desintegrá-los, modificá-los, copiá-los, etc. Os deuses acompanharam a evolução de nosso planeta Terra e têm um interesse particular pelo ser humano, já que esse animal tem um cérebro bem maior que o dos outros animais. Isso o torna capaz de armazenar mais informação e, assim, de pensar, de raciocinar. Marcelo voltava sozinho, no seu carro, de uma festa em que havia bebido muito. Ao entrar em alta velocidade em uma curva, seu carro desgovernou-se e chocou-se violentamente contra um poste. Marcelo teve morte instantânea. Os deuses já haviam decidido que seria a deusa Sheila que cuidaria da recepção de Marcelo em sua vida após a morte. Em um outro universo, Sheila já havia preparado uma cópia idêntica de nossa Terra, nosso Sol e nossa Lua atuais. Sheila materializa uma cópia de Marcelo, no estado em que estava imediatamente antes de morrer, com algumas modificações: essa cópia tem apenas uma sunga como vestimenta e tem seu cérebro adormecido por um sedativo. Sheila materializa essa cópia em uma praia deserta da cópia da Terra. Em seguida, Sheila materializa um corpo humano feminino, aparentando 20 anos, que Marcelo nunca tenha visto antes em sua vida. De acordo com as preferências sexuais de Marcelo registradas pelos deuses, uma mulata bem popuzada, seria uma mulher muito interessante para ele. Sheila então transfere uma minúscula parte de sua memória para os neurônios desse corpo feminino, cujas ações e pensamentos ela passa a controlar. Coloca essa mulher ao lado de Marcelo adormecido, ambos sobre uma toalha de praia, e aguarda que Marcelo acorde. Marcelo acorda, abre os olhos ainda deitado e, a primeira coisa que vê é o céu azul, sem nuvens, daquele seu primeiro dia no "paraíso". Marcelo, confuso, ainda deitado, tenta se lembrar de como foi parar ali. Lembra-se apenas da festa, do carro que se desgovernou, e mais nada depois disso. Nota, em seguida, que ao seu lado está uma garota deslumbrante sentada com os olhos fixos no horizonte do mar. Marcelo: Oi. Nós nos conhecemos? Estamos sentados na mesma toalha... Desculpe a pergunta, mas estou me sentindo meio atordoado e não me lembro de como viemos parar aqui. Sheila: Não, você não me conhece. Eu me chamo Sheila. Você não vai acreditar se eu te disser como veio parar aqui. Marcelo: Conta então. Sheila: Você morreu em um acidente de carro. Este lugar é o que você poderia chamar de um paraíso. Marcelo: Que brincadeira é essa? Estou me sentindo muito vivo. Marcelo se apalpa, se belisca, observa o ambiente ao seu redor e não nota nada de anormal. Marcelo: (brincando) Você também está morta? Sheila: Não, Marcelo, eu sou uma deusa. Marcelo: (rindo) Se você sabe meu nome, isso deve ser uma brincadeira armada por alguém. Adorável deusa, será que este pobre mortal poderia tocá-la e sentir como é uma deusa? Sheila: Claro que você pode me tocar. Onde você quiser. (diz isso com um sorriso malicioso) Marcelo, já ficando empolgado, pega a mão de Sheila e, acariciando-a suavemente, observa todos os detalhes: a textura e a cor da pele, os anéis, o tamanho das unhas, a cor do esmalte das unhas, etc. Marcelo: Sheila, você me desculpe, mas você parece ser tão mortal, carnal e humana quanto eu. Mas se você quiser eu te chamo de deusa. Sheila: Você esperava que os deuses fossem como uma fumaça visível que não se pode tocar? Marcelo: Está bem, todo mundo sabe que Deus é invísivel. Você quer mesmo continuar com esse papo de deuses e de morte? Eu sei que isso é uma brincadeira. Onde já se viu alguém morrer e acordar ao lado de uma garota tão maravilhosa que, ainda por cima, é uma deusa? (diz isso acariciando o braço de Sheila) Sheila: Tudo bem, mais tarde você vai entender. Sheila, em seu corpo material, começa a se excitar com as carícias de Marcelo. Estando em um corpo humano, ela sente tudo o que um ser humano, ou melhor, uma mulher sente pelos seus 5 sentidos. Sheila retribui as carícias de Marcelo de forma mais ousada e eles acabam se beijando, tirando a roupa, masturbando-se um ao outro e fazendo sexo oral. Marcelo: Sheila, você não teria um preservativo? Sheila: Querido, eu já te disse que não precisa ter mais as preocupações dos mortais. Que doença você poderia contrair de uma deusa? Marcelo procura ao redor sua carteira, mas não vê nenhum de seus pertences. Lembra-se então que está nu na praia com uma garota e que alguém pode não gostar, mas não vê ninguém por perto. Marcelo: Amor, sem preservativo, eu estou fora. Mas a gente poderia procurar um lugar mais agradável para a gente brincar com mais privacidade. Imagina se aparece alguém e nos vê assim. Sheila: Marcelo, não há mais ninguém por aqui. Fique tranquilo. Se você faz questão de um preservativo eu posso conseguir um para você. Marcelo: Não estou vendo nenhuma bolsa com você e nem nenhum carro por perto. Sheila: Tem uma caixa de preservativos atrás de você. Marcelo se vira, pega os preservativos e acha estranho pois não havia nada ali. Marcelo: O que é isso? Mágica? Sheila: Você quer usar os preservativos ou prefere explicações? Marcelo: Tá bom. Já sei que você vai vir com aquele papo de deusa. Marcelo não aguentando mais de tanto tesão, prefere usar o preservativo e faz amor com Sheila. ***************** Termina aqui a primeira parte desse conto que continua em uma próxima oportunidade. Outros contos podem ser encontrados em http://members.fortunecity.com/albr50/religiao/contos.htm Alan Brito Agnóstico e contador de estórias sobre deuses e deusas.